Facebook Reactions e a preguiça do usuário

Quando o recurso Facebook Reactions,  de reações do Facebook, chegou ao meu perfil e eu pude experimentá-lo, minha reação foi de empolgação diante das inúmeras possibilidades que as informações geradas pelo uso das reações pudesse produzir. O recurso poderia nortear as empresas para postagens mais envolventes, mas também poderia criar um certo incômodo entre nós, analistas de mídias sociais, e os clientes. Afinal, o cliente que não detém pleno conhecimento da plataforma e de como funcionam as redes sociais poderia abrir questionamentos sem respostas sobre as reações negativas recebidas pelas postagens de sua marca.

O que o usuário iria avaliar?

Mesmo com toda a empolgação, a maior certeza que tive foi a de que o usuário não saberia usar o recurso. Por exemplo: um jornal posta uma notícia sobre o pedido de prisão preventiva de um ex-presidente aclamado por parte da sociedade e odiado por outra. Os usuários alcançados por esta publicação iriam avaliar a postagem em si (texto de apoio, foto, etc.), a fonte do post (como a matéria foi escrita) ou o tema da postagem (o pedido de prisão do ex-presidente)?

Se quiser entender melhor o significado dos novos botões, pode consultar um artigo do TechTudo.

Facebook Reactions será mesmo usado?

Após experimentar o novo recurso, a primeira impressão que me veio – e sobre a qual, na ocasião, eu debati com um colega de trabalho – foi que as pessoas não usarão tanto as tais novas reações por preguiça. Explico por quê: apesar de que pelo computador seja mais fácil (basta passar o mouse sobre a opção Curtir e as novas reações já aparecem), atualmente, a imensa maioria do tráfego no Facebook é gerado a partir de dispositivos mobile. Mas, no mobile, o usuário precisa manter a opção Curtir pressionada por 1 segundo para que as reações apareçam e, aí sim, selecionar a reação desejada. Aqui, podemos entender que parece que a premissa da usabilidade (facilitar ao máximo para o usuário) está se mostrando, mais uma vez, verídica.

Como está o uso do recurso?

Apesar de não ter encontrado um relatório geral do Facebook sobre o Reactions, fiz uma análise das páginas que gerencio atualmente. Das páginas com mais de 50 mil seguidores, tenho observado que nos posts com maior engajamento, a maior parte das interações continua sendo a reação “Curtir”, que exige apenas um clique do usuário. Já as demais reações, que precisam de uma pausa sobre a opção Curtir ou de um “clique” adicional para ter acessá-las, têm mantido participações baixas. Vide exemplo abaixo:

Relatório detalhado do engajamento de postagem com Facebook Reactions.

Mesmo em páginas com engajamento muito maior do que as que tenho acesso aos dados detalhados, podemos observar que a proporção se mantém equivalente: menos de 10% das interações são oriundas das novas reações. A opção “Curtir”, do Facebook Reactions, continua sendo a mais utilizada, conforme podemos perceber neste post da página Catraca Livre:

Relatório público do Facebook Reactions de post da CatracaLivre.

Até mesmo em um dos posts sobre o citado caso do ex-presidente, que tem provocado debates acalorados nas redes sociais e fora delas, não gera tanto engajamento a partir das novas reações. Confira:

Relatório parcial do Facebook Reactions de post da Folha de São Paulo sobre o caso de pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula, em 11 de março de 2016.

E agora?

Talvez, se as opções do Facebook Reactions viessem todas exibidas lado a lado, sem a necessidade de um clique extra, elas estivessem sendo mais utilizadas. Contudo, é válido aguardar mais um período antes poder concluir que o usuário do Facebook é mesmo preguiçoso e deseje recursos “mais fáceis” de utilizar. Talvez seja, ainda, apenas a falta de costume do usuário com o recurso.

Na sua opinião, qual seria a causa da baixa utilização das novas reações?

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